Skip to main content

Pacto pela Infraestrutura Nacional e Eficiência Logística

Cada vez mais a Logística tem importância estratégica no desenvolvimento econômico das nações. Avanços na infraestrutura de uma nação possibilita o aumento de produtividade e eficiência.

Top-Down View: In Warehouse People Working, Forklift Truck Operator Lifts Pallet with Cardboard Box. Logistics, Distribution Center with Products Ready for Global Shipment, Customer Delivery

Cada vez mais a Logística tem importância estratégica no desenvolvimento econômico das nações. Avanços na infraestrutura de uma nação possibilita o aumento de produtividade, eficiência, assim como democratiza o acesso ao desenvolvimento e a geração de riquezas em regiões antes inacessíveis aos grandes centros

Para um país com as dimensões continentais, como o Brasil, a relevância da logística é ainda maior. É preciso avançar de forma significativa para ter um melhor balanço na matriz de transporte, utilizando modais mais eficientes para rotas longas e fazendo as integrações entre eles, como exemplo Cabotagem e Ferrovia.

As nossas ferrovias são grandes corredores que levam as nossas riquezas até os portos, porem a carga nacional, consumo interno, tem pouca penetração neste modal, esbarrando muitas vezes na competição econômica com outras cargas que seriam mais rentáveis para as concessionárias, devido arestrição de tração ocasionados pela falta de infraestrutura, como exemplo a passagem em centros urbanos que restringe a circulação dos trens de carga.  

Nos últimos 10 anos a cabotagem, navegação entre portos Brasileiros, cresceu mais de 30%, e mesmo com esta evolução ainda transportamos menos de 13% das nossas cargas utilizando este modal, considerando que temos 80% da população em um raio de 200km da costa, existe ainda muitas oportunidades para a cabotagem 

Vou citar dois exemplos de multimodalidade e seus benefícios.

1 - Uma carga que sai do Rio Grande do Sul com destino ao estado de Pernambuco, roda pelas nossas estradas por mais de 3.600 km. Esta carga deveria utilizar os modais Rodoviário + Cabotagem + Rodoviário, utilizando o caminhão apenas nas pontas até o porto, tanto na origem como no destino. 

2 – Uma carga que sai de Manaus com destino a Região Metropolitana de Belo Horizonte, percorreria uma distância rodoviária maior que 3.800 km. Esta carga deveria utilizar Rodoviário + Cabotagem + Ferrovia + Rodoviário, utilizando os caminhos da mesma forma que no exemplo citado anteriormente.  

Segue alguns dos benefícios da multimodalidade:

  • Eficiência economicamente com um menor custo de frete. 
  • Eficiência ambiental. O modal aquaviário e o ferroviário são os que menos emite CO2 analisando tonelada transportada por quilometro. 
  • Estoque em transito – Reduzindo a necessidade de elevados estoques (custo).
  • Reduz o número de acidentes nas estradas (custo de seguro).
  • Reduz avaria das cargas (custo de seguro).
  • Reduz incidência de roubo (custo de seguro).
  • Possibilita ao Caminhoneiro fazer mais viagens (frequência), em trechos curtos, reduzindo os riscos de longos períodos na estrada

Quando utilizamos o banco de dados da Marsh para promover as ações de gerenciamento dos riscos aos nossos clientes, notamos claramente que as cargas que estão nos modais aquaviário e ferroviário tem menor incidência de avarias, acidentes e roubos.

Toda esta eficiência dos exemplos citados acima traz maior competitividade e menores custos na cadeia de suprimentos, como reflexo temos uma melhor distribuição das riquezas produzidas no pais.

Visualizo um cenário futuro favorável com um salto tecnológico promovido por startups focados no segmento e as atuais discussões sobre o novo marco regulatório das ferrovias, BR do Mar e Concessão de Terminais portuários. Com certeza ainda temos muito trabalho para tornar estas iniciativas efetivas, mas o caminho é este...

Crescimento e desenvolvimento econômicos dependem, significativamente, da execução de uma logística eficaz, pois o aumento da competitividade nacional somente será obtido com eficiência operacional, diminuição de desperdícios, eliminação de ‘gastos desnecessários’ e diminuição dos custos envolvidos nos processos de abastecimento, transferência e distribuição.

A população mundial chegou ao número de sete bilhões de pessoas, e a produção e a distribuição de serviços e bens estão escalando para números antes inimagináveis. Eficiência operacional e consciência ambiental devem ser encarados como prioridades, pois é este o legado que deixaremos para as futuras gerações.  

Autores:

Placeholder Image

Paulo Guerreiro

Diretor de Specialty, Oil & Gas, Marine & Cargo e Aviation

Placeholder Image

Rodrigo Passos

Gerente de Relacionamento para Marine, Ports & Terminals na Marsh Brasil