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Artigo

Tarifas e riscos: Desafios chave para a indústria automotiva na América Latina

Descubra como gerenciar os novos riscos aritméticos na indústria automobilística latino-americana e transformá-los em vantagens competitivas

Nos últimos meses, testemunhamos uma mudança sísmica no panorama comercial entre os Estados Unidos e a América Latina. O que durante anos funcionou como uma engrenagem bem lubrificada de cadeias de suprimento integradas agora enfrenta seu maior teste de estresse: a imposição de tarifas que colocam a indústria automotiva no epicentro do conflito.

O impacto real na indústria automotiva regional

Para a América Latina, este novo cenário representa uma reconfiguração dos mapas de risco. A realidade é contundente: uma tarifa de 25% sobre os automóveis importados pelos EUA significa que o México seria um dos países mais afetados, considerando que exportou 3,48 milhões de veículos em 2024 (5,4% a mais do que em 2023), com aproximadamente 80% destinados ao mercado americano.

O que isso significa em termos práticos? O custo efetivo de exportar um veículo mexicano para os EUA dispararia, revertendo a vantagem competitiva que impulsionou um superávit automotivo recorde de US$137,813 milhões em 2024. Nossos modelos de risco projetam que a tarifa média paga por veículos mexicanos poderia aumentar de 0,6% atualmente para aproximadamente 6%, com consequências em cascata para toda a cadeia de valor.

Além do México: Um painel de riscos diferenciados

A situação não afeta a todos de igual forma. Enquanto o México está no centro da situação, outros países da região enfrentam cenários distintos:

  • O Brasil poderia ser relativamente beneficiado com uma tarifa de 10%, até ganhando participação em relação a concorrentes europeus que agora enfrentam tarifas de 25% nos EUA. No entanto, setores como autopeças, pneus e aço automotivo sentirão certo impacto em suas exportações.
  • A Colômbia, embora não exporte veículos em volume, enfrenta uma tarifa de 10% para suas peças automotivas que antes entravam com 0% sob o TLC bilateral. Isso pode abrir oportunidades se conseguir preencher nichos que os concorrentes asiáticos, agora sujeitos a tarifas mais altas, estão deixando.

A gestão de riscos em tempos de incerteza tarifária

Diante desse panorama em mudança, na Marsh América Latina identificamos três áreas críticas onde a estratégia de gestão de riscos deve evoluir:

  1. Risco de disrupção na cadeia de suprimentos 
    A incerteza atual está forçando muitas montadoras a considerar a relocalização da produção. Nossos clientes estão reavaliando suas estratégias de abastecimento com foco em diversificação geográfica e flexibilidade operacional.
  2. Risco financeiro e de margens
    Com o aumento dos custos, as empresas enfrentam decisões difíceis. absorver o impacto, repassá-lo aos preços ou redesenhar sua estrutura de custos. Estamos vendo um interesse crescente em soluções de cobertura financeira que podem ser ativadas diante de mudanças bruscas nas condições comerciais.
  3. Risco regulatório e de conformidade 
    O novo cenário apresenta desafios legais complexos. O que acontece com os acordos existentes sob o T-MEC? As empresas precisam de uma estratégia proativa para navegar neste ambiente regulatório incerto. Nesse contexto, compartilhar uma experiência concreta pode ilustrar como acompanhamos nossos clientes na prática.

Caso prático. Mitigação do impacto tarifário

Desde a Marsh McLennan, por meio de nossa empresa Oliver Wyman, temos acompanhado ativamente fabricantes de equipamentos originais (OEMs) do setor automotivo na gestão desses desafios tarifários. Um caso recente de 2025 ilustra nossa abordagem:

Um importante fabricante automotivo, diante das novas tarifas impostas, precisava desenvolver transparência sobre o impacto financeiro e buscava ações rápidas de mitigação.

A equipe da Oliver Wyman implementou:

  1. Uma análise expedita usando nossa ferramenta Sentrisk, concluída em poucos dias, com especial atenção a empresas americanas e veículos de exportação alemães.
  2. Uma avaliação do impacto financeiro, considerando materialidade, calendário tarifário e taxas de transferência.
  3. Um plano de ação e mitigação personalizado por linha de veículos. 

Os resultados foram contundentes. identificamos iniciativas que conseguiram uma redução do impacto financeiro de 18%, e descobrimos que 24% dos fornecedores eram afetados pelas tarifas, uma descoberta crítica para reestruturar sua cadeia de suprimentos.

Um olhar para o futuro

Em meio a essas mudanças, vislumbramos uma transformação do setor automotivo latino-americano. As empresas que se destacarão serão aquelas que converterem esses desafios em catalisadores para:

  • Repensar sua pegada de manufatura com um foco em resiliência 
  • Desenvolver maior flexibilidade para adaptar rapidamente sua produção 
  • Implementar estratégias avançadas de gestão de riscos 

Na Marsh América Latina, estamos comprometidos em acompanhar a indústria automotiva nessa transição, oferecendo soluções que vão além do seguro tradicional. Nossa abordagem integra análise preditiva, transferência estratégica de riscos e consultoria especializada para proteger a continuidade e competitividade do negócio.

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Tarifas: Centro de recursos

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