
Por: Hernan D Monroy ,
Regional Credit Specialties Leader - Latin America & Caribbean
06/02/2025 · 5 minutos de leitura
Em maio de 2025, o comércio internacional enfrentou uma tempestade perfeita: escalada tarifária, tensões geopolíticas e um ambiente financeiro restritivo. Exportadores da América Latina e Europa se veem presos em um cenário onde os modelos tradicionais de exportação, como Free on Board (FOB), já não oferecem a segurança necessária.
Relatórios recentes indicam que o Porto de Los Angeles, o mais movimentado dos Estados Unidos, prevê uma queda de 35% em sua atividade devido as novas tarifas impostas pelo governo americano. Além disso, o conflito comercial entre China e Estados Unidos gerou uma queda histórica no transporte de mercadorias chinesas para o solo americano, com uma redução de 45% nas reservas de contêineres chineses de 20 pés em comparação com o ano anterior.
A imposição de novas tarifas pelos EUA e outros mercados-chave está alterando significativamente as operações de exportação. Duas fórmulas logísticas predominam entre os exportadores: Free on Board (FOB) e Logistics at Customer (LAC). Ambas enfrentam desafios muito distintos, e sua gestão correta requer soluções especializadas de transferência e mitigação de riscos financeiros.
Em um contrato FOB, o exportador entrega a mercadoria no porto de origem e o comprador assume a responsabilidade logística a partir daí. Em contextos de estabilidade tarifária, essa fórmula é eficiente. Mas hoje, tornou-se um risco comercial latente:
Exemplo realista: um carregamento de farinha de soja com valor de Cost, Insurance and Freight (CIF, valor total de uma mercadoria) de USD 500.000 chega aos EUA e enfrenta uma tarifa de 30%. O comprador se recusa a assumir esse custo adicional e rejeita o pedido. O exportador perde a venda, deve repatriar ou liquidar a carga com perdas, e absorver custos logísticos inesperados.
O modelo Logistics at Customer implica que o exportador mantém a responsabilidade pela entrega até o ponto final no destino. Isso confere controle sobre a cadeia de suprimentos e permite competir melhor, mesmo em ambientes hostis, mas implica maiores riscos financeiros:
Exemplo: uma empresa chilena envia frutas frescas sob LAC para um supermercado na Califórnia. Ao chegar o produto, o cliente alega que a nova tarifa torna inviável a compra, e atrasa o pagamento ou exige renegociação. O produto é perecível. O exportador precisa de uma solução imediata para não absorver a perda total.
Aqui é onde os seguros de especialidades de crédito se tornam essenciais. A combinação adequada de ferramentas pode transformar um risco financeiro crítico em uma oportunidade estruturada.
Soluções disponíveis:
Em um mundo com mais barreiras comerciais, a logística já não é apenas uma questão operacional: é uma questão estratégica e financeira. Modelos como FOB e LAC devem ser reavaliados sob a perspectiva do risco tarifário e de crédito. Somente com uma estrutura de seguros adequada, as empresas poderão continuar crescendo em mercados internacionais sem colocar em risco sua liquidez ou sua cadeia de valor.
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