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Mudanças climáticas e sustentabilidade da força de trabalho

As preocupações globais com o clima e a equidade são as questões mais importantes para os investidores e empregadores.

Já é hora dos empregadores colocarem o "S" no ESG.

As preocupações globais com o clima e a equidade são as questões mais importantes para os investidores e empregadores. Para muitos, isso inclui rediscutir o contrato social com um de seus grupos de interesse mais importantes: os funcionários. A intenção de abordar a desigualdade em saúde e bem-estar é fundamental para esses objetivos.

A pandemia do COVID-19 expôs a necessidade de proteger e promover a saúde e o bem-estar da nossa força de trabalho. O impacto da pandemia não é vivenciado da mesma forma, nem do ponto de vista da saúde, nem do econômico. Há muitas evidências de que as diferenças raciais e de gênero foram diferenciais na forma como as pessoas viveram as suas experiências e resultados, bem como o salário, a idade e alguma situação de deficiência.

Um relatório da ONU levantou que 53% das mulheres sofreram redução do horário de trabalho como resultado da pandemia, em comparação com 31% dos homens.[1] No Reino Unido, as mulheres tinham cerca de um terço mais probabilidade de trabalhar em algum setor que fechou. Mesmo quando poderiam continuar trabalhando, as mães tinham uma probabilidade uma vez e meia maior de parar de trabalhar que os pais.

Nosso estudo mais recente sobre Tendências de Saúde descobriu que 24% dos funcionários não têm certeza se poderão pagar os cuidados de saúde que eles ou suas famílias precisam. Pessoas com renda familiar abaixo da média tem menos probabilidades de ter cobertura de saúde, proteção por deficiência a curto prazo e acesso aos cuidados de saúde mental por meio de seu empregador.

 

O impacto das mudanças climáticas na saúde dos trabalhadores

Então, como os aprendizados da pandemia podem preparar os empregadores para a crise futura? As mudanças climáticas ameaçam piorar as condições de saúde no mundo todo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) informa que as mudanças climáticas já são responsáveis ​​por pelo menos 150.000 mortes por ano, com expectativa de que esse número dobre até 2030.[2] Embora todos precisemos nos preparar para os impactos como o COVID-19, isso não será uniforme. As populações vulneráveis ​​são muito similares às mais afetadas pela COVID-19, portanto, os empregadores têm nisto uma oportunidade real de se preparar e corrigir as desigualdades inerentes para estarem preparados para esse desafio.

As tempestades, inundações, incêndios florestais e mudanças de temperatura mais frequentes e severas também levam a uma maior prevalência de doenças infecciosas e crônicas. A OMS analisou 15 cidades europeias e estima que, nos próximos 10 anos, para cada aumento de temperatura de 1°C acima do limite da cidade, haverá um aumento de 2% na mortalidade nas cidades do norte e um aumento de 3% nas cidades do sul.

As ondas de calor e a má qualidade do ar geralmente andam de mãos dadas, levando a um aumento das condições respiratórias. Por exemplo, pessoas negras e afro-americanas têm 40% mais chances de viver atualmente em áreas com os maiores aumentos projetados em mortes relacionadas a temperaturas extremas e 34% mais chances de viver atualmente em áreas com os maiores aumentos projetados em diagnósticos de asma infantil.

Por que os empregadores deveriam se importar com isto?

Para os empregadores, não se trata apenas de fazer a coisa certa. Essas questões são cada vez mais importantes para a reputação e o desempenho financeiro de uma empresa. Da mesma forma, as empresas continuam sendo examinadas por uma série de partes interessadas, incluindo investidores, agências de classificação e clientes.

À medida que essas tendências avançam, o desempenho ESG terá um papel cada vez mais importante na atração e retenção de talentos. Até 2029, as gerações Millennial e Gen Z representarão 72% da força de trabalho global; Em comparação com seus antecessores, eles esperam que seus empregadores se concentrem mais no bem-estar e na criação de um local de trabalho seguro, saudável e solidário. Nossa pesquisa mostra consistentemente que quanto mais benefícios forem oferecidos a um funcionário, menor será a probabilidade de ele mudar para um concorrente. Trabalhadores felizes também relatam estar mais motivados e engajados.

Pela nossa pesquisa de Tendências da Saúde, nós sabemos que os empregadores são um catalisador fundamental para a mudança e uma fonte confiável de informações. Nossa pesquisa levantou que 46% dos funcionários confiam em seu empregador para fornecer soluções de saúde pessoal de alta qualidade, convenientes, acessíveis e seguras. De fato, depois dos profissionais de saúde, os empregadores eram a fonte mais confiável de soluções de saúde, ficando acima das seguradoras de saúde privadas, varejistas on-line e fornecedores de tecnologia.

De que forma os empregadores podem ajudar?

As empresas podem fazer muito para melhorar o acesso a benefícios de saúde e equidade no local de trabalho, começando por oferecer novos tipos de programas para apoiar populações diversas e vulneráveis. As empresas devem compreender as necessidades de sua força de trabalho e atender seus funcionários onde eles estiverem oferecendo novos tipos de programas que apoiem as populações diversificadas. Planos de benefícios com visão de futuro estão evoluindo para reconhecer que a assistência médica não está mais limitada aos ambientes de pacientes hospitalizados ou ambulatórios, mas agora pode ser fornecida virtualmente em qualquer lugar por meio de ferramentas e dispositivos de autogerenciamento. As soluções de saúde digital têm o potencial de servir como um ponto de conexão vital entre as pessoas e os provedores para cobrir as brechas no acesso ao atendimento.

 

Cinco passos que os empregadores devem seguir

  • Ouça seus funcionários: compreenda suas necessidades e como elas podem ser atendidas.
  • Use dados e análises: para entender o que está promovendo as reclamações e quem tem acesso aos benefícios.
  • Inverta a pirâmide: certifique-se de que todos os funcionários tenham acesso aos cuidados de saúde, não apenas os funcionários de cargos altos.
  • Amplie o atrativo e seja flexível: certifique-se de considerar a saúde mental, o cuidado das crianças, das famílias, as questões das mulheres, as iniciativas de diversidade e questões de equidade.
  • Torne-se digital: estenda o atendimento para os locais onde o atendimento presencial tem acesso limitado ou apenas parcial.

Para mais informações, procure o seu executivo da MMB ou o escritório local.
 

 

[1] US Global Leadership Coalition. COVID-19 BRIEF: Impact on Women and Girls – USGLC

[2] UN Chronicle. The Health Effects Of Global Warming: Developing Countries Are The Most Vulnerable | United Nations